quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

O PODER FASCINA E SUBJUGA AOS MAIS FRACOS

Tenho em minha trajetória profissional um rol de funções ocupadas, tanto no setor privado, como bancário, ou no serviço público, nas quais me era de responsabilidade decidir, designar tarefas e também cobrar resultados, o que muito contribuiu para que, por onde passei, em pouco tempo recebesse tais tipos de incumbencias, as quais não nego, são de fundamental importância para que eu sempre me poste com firmeza e atitudes de decisão, muito embora hoje já não mais esteja à frente de nada, já que a outros mais novos foram transferidos o bastão de comando, num processo mais do que natural e necessário e que nunca me causou qualquer ressentimento.
Nessa caminhada, principalmente no setor público, não raras vezes me chegavam futricas de que eu era alvo de críticas quanto a ser um pouco desorganizado, no que eu respondia e ainda respondo se isso preciso for: sendo inteligente, honesto e deveras trabalhador, não poderia eu acumular mais outros requisitos, afinal ninguém é perfeito, assim querer que eu seja mais organizado seria pedir demais.Essas pequenas querelas e invencionices daqueles que sempre estão a embromar no serviço, principalmente no público, tem sempre como alvo aqueles que se sobressaem um pouco, mesmo que num "carguinho" do vigésimo escalãol para lá( será que existe?), conforme os que já ocupei, e que à falta de se poder rotulá-los de ladrões que é a principal pecha que se busca impingir em alguém, se valem dessas fofocas.
Nessas funções em muitas e muitas ocasiões me defrontei com o rompante de algum "assessor do governador", "assessor do deputado fulano ou sicrano" e ante a inviabilidade da sua solicitação ( em quase cem por cento dos casos, pois felizmente na SEFAZ onde atuo, não existe brecha para quase nenhum tipo de atendimento dessa natureza pois se trata de auditoria fiscal), nunca titubiei de mostrar isso de maneira firme, porém dentro do máximo de civilidade e educação possível.
Porém se sabe que em muitas outras esferas ou secretarias, as pessoas ficam deslumbradas quando tratam com esses "emissários importantes" e não raras vezes cedem em situações que, acreditando "ficar bem na fita" com o poder e se fortalecerem, acabam atrapelando a ética, a moral e, sobretudo, os principios de honestidade e de imparcial postura, uma vez que se está cuidando e se tratando da coisa pública e não de um bem particular.
O exercício do poder causa em muitos, sentimentos de atração, de fascinio,de total deslumbre, sendo que nos fracos quando esses se acham investidos de uma mínima função de mando que seja, ele se torna ainda mais perigoso, danoso e de consequencias prejudiciais a muitos, principalmente à sociedade quando esses se referem a uso indevido de dinheiro público.
Os noticiários estão aí, todos os dias estoura um tipo de escandalo envolvendo nesse país algum tipo de tráfico de influência, porém só os pequenos é que se tornam públicos, até mesmo pela forma primária e artesanal com que são praticados.Mas aí, é de se perguntar: a culpa maior é só do proponente que, não raras vezes bagrinhos miúdos, se valem de uma força da qual n a maioria das vezes nem existe, mas que encanta enche o ego do seu interlocutor por estar sendo tão prestigiado com a presença dessa importante figura, e assim acede facilmente ao que lhe foi solicitado ou estaria nesse, que servilmente, procedendo tal e qual um capacho, sem personalidade e firmeza de decisão, não consegue negar ao que foi pedido?.
Claro está que é nos dois, e que a ambos deve se cobrar pelos atos ilegais, porém para existir a figura do achacador da coisa pública, necessário é que exista aquele que aceite o achaque, mesmo que seja apenas para estar bem com os figurões maiores do que ele e que, em alguns caso sequer sabe que o seu nome foi usado de forma indevida e para fins ilícitos, mas nada minimiza ou atenua a falta funcional daquele que a pratica, muitas vezes movidas pela falta de caráter, de firmeza e de personalidade, portanto sendo um incapaz para o exercício da função na qual se acha investido.
José Domingos.

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